Alerta de terremoto em São Paulo gera pânico e é confirmado como falso

Na madrugada desta sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025, moradores de São Paulo, Rio de Janeiro e do sul de Minas Gerais foram surpreendidos por um alerta de terremoto em seus celulares. A notificação, enviada por volta das 2h20 para usuários do sistema operacional Android, indicava um tremor de magnitude entre 4,2 e 5,5, com epicentro localizado a cerca de 55 km de Ubatuba, no litoral paulista. O aviso gerou preocupação e discussão nas redes sociais, mas pouco depois foi desmentido por instituições especializadas, confirmando que se tratava de um falso positivo.

O Que Disse a Defesa Civil?

Cerca de 40 minutos após o alerta, por volta das 3h, a Defesa Civil de São Paulo publicou um comunicado oficial esclarecendo que não havia emitido nenhuma notificação de terremoto. O órgão destacou que, de acordo com o Centro de Sismologia da USP, nenhum tremor foi registrado no estado durante a madrugada.

A Rede Sismográfica Brasileira (RSBR), assim como instituições internacionais de monitoramento sísmico, também confirmaram a ausência de qualquer atividade sísmica significativa na região.

O Que Causou o Alerta?

O Google, responsável pelo sistema de alerta de terremotos presente em dispositivos Android, explicou que o sistema detectou sinais de celulares localizados próximos ao litoral de São Paulo e, com base nesses dados, disparou automaticamente a notificação de terremoto.

Em nota, a empresa pediu desculpas pelo inconveniente e afirmou que desativou temporariamente o sistema de alertas no Brasil enquanto investiga o ocorrido. “Nosso sistema não substitui os alertas oficiais de instituições sismográficas. Seguimos trabalhando para aprimorar nossas ferramentas”, declarou o Google.

Como Funciona o Sistema de Alerta de Terremotos do Google?

O sistema de alerta de terremotos do Google utiliza os sensores dos smartphones, chamados acelerômetros, para detectar possíveis tremores. Quando um dispositivo identifica uma vibração que pode ser um terremoto, ele envia um sinal para os servidores do Google, que analisam os dados de múltiplos aparelhos para determinar se um sismo está ocorrendo.

Existem dois tipos de alertas:

  • Alerta de aviso: Notificação menos invasiva, que respeita as configurações do celular.
  • Alerta de emergência: Mais intenso, emitido apenas para tremores de magnitude 4,5 ou superior e que podem representar risco imediato.

No entanto, o evento desta sexta-feira mostrou que o sistema não é infalível e pode gerar alarmes falsos, causando preocupação desnecessária.

Reação dos Usuários

O alerta pegou muitos moradores de surpresa, especialmente por ter ocorrido durante a madrugada. Nas redes sociais, usuários relataram o susto ao serem acordados pela notificação sonora do celular. Alguns chegaram a deixar suas residências temendo um tremor iminente.

Outros, no entanto, questionaram a confiabilidade do sistema de alertas do Google e sugeriram que eventos como esse poderiam comprometer sua credibilidade no futuro. “Se da próxima vez for real, quem vai acreditar?”, comentou um usuário no Twitter.

O Brasil Corre Risco de Terremotos?

O Brasil está localizado no centro da Placa Sul-Americana, uma região considerada geologicamente estável. Isso significa que não está sujeito a grandes terremotos como os que ocorrem em regiões de borda de placas tectônicas, como Chile e Japão. No entanto, pequenos tremores podem ocorrer, geralmente associados a acomodações geológicas dentro da crosta terrestre.

Nos últimos anos, alguns tremores de baixa magnitude foram registrados no Brasil, principalmente na região Norte e Nordeste. Contudo, eventos acima de 5,0 na escala Richter são extremamente raros e dificilmente causariam danos significativos em áreas urbanas.

Conclusão

O falso alerta de terremoto desta sexta-feira foi um evento inusitado que gerou medo e dúvidas entre os brasileiros. Apesar de ser um sistema avançado, o alerta do Google mostrou que ainda pode cometer erros, reforçando a importância de consultar fontes oficiais antes de entrar em pânico.

Esse episódio também levanta uma discussão sobre a responsabilidade das grandes empresas de tecnologia na emissão de alertas emergenciais e sobre como aperfeiçoar esses sistemas para evitar novas falhas no futuro.

Compartilhe: